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Tentação dos gulosos

Tentação dos gulosos

António Amaro das Neves - fevereiro 14, 2012

Os doces de frutas confeitados nesta vila, principalmente ameixa e figo, que se exportam em caixinhas, com muita especialidade para Inglaterra, são uma verdadeira tentação dos gulosos, que possuem a delicada crítica dos prazeres do paladar; e, para nós, que não somos gulosos confirmados, são tidos e havidos pelos doces mais estimados a par das estimadas laranjas confeitadas na ilha de S. Miguel: este objecto parecerá pouco importante, pois saibam os curiosos que no ano de 1835 montou a seis contos de réis. O Panorama , Tomo IV, Setem…

A Guimarães das "ameixas deliciosas", visitada em 1845 por Dora Wordsworth

A Guimarães das "ameixas deliciosas", visitada em 1845 por Dora Wordsworth

António Amaro das Neves - fevereiro 12, 2012

Dora Wordsworth (1804-1847) Em 1845, Dora Wordsworth (1804-1847), filha do poeta inglês William Wordsworth (1770-1850), passou alguns meses em Portugal. Dessa estadia resultou um livro de viagens com o título “Journal of a few months residence in Portugal and Glimpses of the south of Spain”, editado no ano da sua morte, em 1847. A sua visita a Guimarães não correu muito bem, por causa da chuva, mas vale pela afirmaçãod e que Guimarães seria então mais popular pelas suas “ameixas deliciosas” do que pela sua “antiguidade e história”… …

Os doces de fruta vimaranenses

Os doces de fruta vimaranenses

António Amaro das Neves - fevereiro 08, 2012

Aspecto da Exposição Industrial de Guimarães de 1884, numa gravura da revista Ilustração Univ ersal ´ A confecção dos doces de fruta em que Guimarães se destacou no passado era obra, essencialmente, das mãos das freiras dos conventos da cidade, nela se tendo especializado as freiras do Convento de Santa Rosa do Lima (Dominicas). Com a sua extinção, decretada em 1834 e concretizada progressivamente, à medida que iam morrendo as últimas freiras, os doces conventuais foram entrando em decadência. Assim, em chegando aos primeiros anos do sé…

E assim se secam as ameixas

E assim se secam as ameixas

António Amaro das Neves - fevereiro 07, 2012

Aqui fica a minha receita para secar ameixas, segundo processo seguido no século XIX. Escolhem-se as melhores ameixas, das espécies caranguejeira ou magnum bonum (brancas). Lavam-se. Colocam-se numa panela plana, depois de as picar com uma agulha fina. Cobrem-se as ameixas com água e leva-se a panela ao lume, em fogo muito lento, tomando cuidado para que a pele das não se solte. Quando estiverem macias, retiram-se da água. Para cada quilo de fruta, utiliza-se um quilo de açúcar, de que se espalha um pouco no fundo de uma panela grande …

Ainda as ameixas de Guimarães

Ainda as ameixas de Guimarães

António Amaro das Neves - fevereiro 07, 2012

Nos anos de 1798 e 1799, Heinrich Friedrich Link, médico, botânico e naturalista alemão, Professor da Universidade de Rostock, visitou Portugal na companhia do conde de Hoffmansegg, numa expedição que tinha como propósito o estudo sistemático da flora portuguesa. Dessa incursão resultaria um livro de viagens, cuja tradução inglesa foi publicada em 1801. Nele se refere, com uma apreciação negativa, às ameixas secas de Guimarães: A antiga cidade de Guimarães, que não fica muito longe, e as terras à sua volta, dedicam-se a algum comér…

Guimarães em 1873, pelos olhos de uma inglesa

Guimarães em 1873, pelos olhos de uma inglesa

António Amaro das Neves - fevereiro 07, 2012

Em 1873, Lady Catherine Charlotte Jackson (1824–1891), viúva do diplomata inglês Sir George Jackson, visitou Portugal, tendo publicado o relato da sua viagem no volume “Fair Lusitania”, editado em Londres no ano seguinte. A tradução portuguesa desta obra saíria da pena de Camilo Castelo Branco, tendo vindo a público em 1878 com o título “Formosa Lusitânia”. Aqui fica o relato da sua passagem por Guimarães. Encontramos ao fundo do Monte os cavalos em que devíamos ir para Guimarães, tendo sido nosso intento ir às caldas do Gerez. Dissemos a…

As deliciosas “Ameixas de Guimarães”

As deliciosas “Ameixas de Guimarães”

António Amaro das Neves - fevereiro 05, 2012

Antigamente, Guimarães também era conhecida pelas suas “deliciosas ameixas” que, depois de secas e embaladas em caixas redondas, eram exportadas, especialmente para Inglaterra. Esta é uma tradição que se perdeu e que faria todo sentido tentar recuperar. Algumas referências que encontrámos em textos ingleses do século XIX fazem crescer a curiosidade (e a água na boca) por este produto tradicional vimaranense que o tempo engoliu: Poucas cidades em Portugal estão melhor situadas ou são rodeadas por campos mais férteis e adoráveis do que Guim…

Guimarães em 1840

Guimarães em 1840

António Amaro das Neves - junho 08, 2010

A gravura que encima este texto foi publicada em 1840 na revista Panorama e reproduz uma litografia incluída na obra Scenery of Portugal and Spain , de George Vivian, editada em Londres no ano anterior, que pode ser vista aqui . Aparece a ilustrar um texto sobre o "berço da monarquia e primeira corte de Portugal", onde, a certa altura, se descreve a actividade económica desta terra: "Se olharmos agora para Guimarães no estado actual, veremos que, desfrutando a primazia de ser uma das maiores vilas da sua provínci…